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Uma pessoa tranquila. Que gosta de passear, de música, do dia, da noite, do pôr do Sol. Que vê a vida como uma jornada que vale a pena, e que procura fazer sua parte por um mundo cada vez melhor.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

76 - Um Pai Comum

Assisto a um programa neste momento sobre elevação espiritual. É um programa que fala sobre a religiosidade do Nepal.

Uma passagem me chama a atenção por eu achar ter a ver com o que estou tentando falar, com o que estou tentando escrever, registrar. Neste momento do programa falou-se sobre sinos, sinos e seus sons, sons, ressoares a partir dos toques de mãos de pessoas. De pessoas comuns.
Pessoas comuns? Nada comum.
Cada uma, um ser único e especial, e em cada uma naquele universo um acreditar – crêem que,  como o ressoar do som do sino, assim também somos nós e a vida, e o resultado de nossas ações. Crêem  em nós colhendo o fruto de nossas próprias ações, assim como o som que nos alcança a partir de nosso próprio toque no sino, o som (resultado) que nos alcança a partir de nosso próprio toque (ação).
Na verdade a intenção aqui, agora, não é divagar nas palavras, nem falar muito, nem escrever demais. O que acho incrível neste dia que está a acabar é o caminho que ele pegou, o que ele acabou se tornando pra mim.
Haveria de ser um dia comum.
Dia comum? Nada comum.
Nada de dias ou pessoas comuns. Não creio em nada como comum, como não especial, não mesmo.
Pessoas e dias, noites, ver, sentir, respirar, comer, ser, ter consciência de ser, de se ser quem é, de ser filho(a), de que há o amor, de se ter consciência de Deus, da fé, da esperança no melhor. Da busca pelo melhor, seja para nós, para os que amamos, para o nosso mundo e por conseqüência para o mundo. Nada comum, nada mesmo.
Hoje, uma sexta-feira 13, uma sexta-feira de trabalho, de trânsito, de riscos, de desafios. Uma sexta-feira como outros dias, em que novamente acordei, comi, bebi, abri os olhos, vi, sonhei e, como novamente a graça de Deus, voltei para casa. Com a graça de Deus sim, por que não? Quantos não voltaram para casa? Eu voltei.
Mas, mesmo quanto aos que não voltaram, ainda assim, tudo conforme a vontade divina, ainda assim tudo acontecendo da forma como deve acontecer. Enfim, um dia comum. Comum?
Não.
Não mesmo.
E essa foi mais uma sexta-feira para mim.
E essa foi mais uma sexta-feira 13, para mim.
Quantas sextas-feiras eu já não passei? Quantas 13?
Quantos dias “comuns” ao longo de quase 50 anos? 365 x 50, aproximadamente? 365 x 50 dias “comuns” resultam em uma vida comum? Sua vida é comum? A minha? Acho que não.
Mas essa sexta foi diferente.
Não que fosse, realmente, diferente. Até porque nada é igual a nada. Nada.
Mas, hoje foi uma sexta-feira véspera de um dia dos mais importantes na vida de meu filho e, conseqüentemente, sendo tão importante para ele, haveria e deveria ser também para mim. Como de fato o fiz ser.
Não quis não registrá-lo.
Não quis nada fazer pra não fazer dele um dia especial, para demonstrar nele o respeito, o amor de um pai, a vontade, o desejo, os votos de um pai em prol da felicidade, da alegria, de todo o sucesso que um pai pode desejar a um filho.
Amanhã (um sábado) será o primeiro dia de dois dias de provas onde, sendo aprovado, meu filhão estará conquistando um grande passo, para ele muito importante, em sua vida. Conseqüentemente, importante para mim também. Ou seja, obrigatoriamente, importante para mim também.
Obrigatoriamente, pois qual pai não quer ver seu filho feliz? Qual pai não quer o melhor para seu filho? Não quer vê-lo feliz, realizado, vitorioso? Qual?
Bom. Pode ser que haja pai assim que não se importe com sua prole, mas, creio não ser isso natural, creio não ser isso bom, não ser normal. Creio todos os pais quererem o melhor para os seus, ou pelo menos assim deveria ser. É o que penso.
E é como ajo.
E sendo assim, hoje eu não poderia nada fazer.
Fui professor por muito tempo e sei da tensão pré-prova , digamos assim. Pré-prova para a qual nos preparamos. Por muitas vezes fui mais que um professor para os que ajudei a se preparar.
Junte-se à minha experiência magistério de ser, com minha própria experiência agora vida, e agora pai. Como eu poderia passar pela vida, aprender, e nessa hora nada fazer? Já fiz tanto por tantos. Como ser apático para meu filho, hoje? Não.
Não mesmo.
Acordei hoje sabendo que deveria fazer algo diferente.
E fiz.
Não esperava tomar esse rumo.
Não esperava ter inspiração para escrever estas palavras.
Mas, esperava fazer o que fiz, falar o que falei para meu filho, procurar tranqüilizá-lo, procurar mostrar-lhe que ele estava preparado depois de tanto ter estudado para essa prova (quase um ano).
Muito tempo à busca de um sonho.
Muito tempo para não se valorizar todo o esforço de um filho.
E nessa hora, mais ainda. Nessa hora o também dever de mostrar mais para meu filho, como também já fiz a outras pessoas, outras tantas pessoas que já vi na mesma situação: falar de Deus, de fé, de esperança, do como nada é fim e, principalmente, tudo é fé, é esperança. E do como através, e com, fé, esperança, Deus, tudo fica mais fácil, frente a tudo somos mais fortes.
Nessa hora, nesse dia, um dia forte para meu filho, eu quis vê-lo forte, fazê-lo mais forte, mostrar-lhe um pouco do muito que a vida ainda irá apresentar-lhe. E como, e principalmente, como com Deus tudo fica mais fácil, tudo fica bem.
Um bem que foi o bem que eu quis transmitir a ele, e que, graças a Deus, acho que consegui. Graças a Deus.
Obrigado, Senhor. Obrigado.
Obrigado pela consciência que me destes e por eu ter sido, ou ter tentado, nesse dia ser o pai que eu quis ser. O melhor pai que eu pude ser.
Obrigado, Senhor.
Sinto-me gratificado.
Não foi um dia comum.
Não é uma vida comum.
Não somos comuns.
Somos todos únicos filhos de um Deus único que nos promete paz, força, esperança.
Paz, força, esperança, na fé em Deus. Eu quis transmitir isso a meu filho nesse dia “comum”.
E, com muita felicidade no coração, creio ter conseguido. Estou feliz e espero que meu filhão, assim como todos nós, sejamos sempre.
Escrevi e entreguei o texto abaixo para meu filhão. (e falei muito a ele, pessoalmente, de tudo isso falado aqui)
Ao mesmo tempo que também recebi hoje, logo hoje, o lindo texto mais abaixo – história de um vô, um neto, um lápis.
Tudo muito lindo – eu acho.
Espero que um dia meu filhão leia estas aqui palavras.
Assim como espero que ele goste e que elas lhe sejam úteis.
Assim como espero que você que chegou até aqui, que as leu, que as tenha gostado.
E que para você, elas sejam boas.
Bom tudo.
Sempre.
A nós todos com Deus em nossos corações e mentes tudo fica mais fácil.
Sempre.
Obrigado, Senhor.

Com carinho.

Jeff

Ao meu filhão querido do coração.

Fe.

Hoje acordei sabendo que tinha de dar um abraço em meu filhão.
Acordei já sabendo que era um dia especial.
Talvez não mais especial do que os outros, até porque todos são especiais, todos os dias são bonitos, são únicos, são verdadeiros presentes por todos os presentes e pessoas que Deus permite cruzar nossos caminhos a cada instante, cada instante único, vivido em dias únicos com pessoas únicas (tipo um pai (eu) que teve o prazer de na vida ter tido a benção de ser pai (eu) de um ser tão maravilhoso, tão único, tão lindo e tão bom (você)).
Você – um verdadeiro presente de Deus para mim, para nós, e para qualquer um que em algum momento tenha tido a graça de cruzar o seu caminho e te conhecer. Você é Dez, Fe.
Você é Dez e eu te amo muito.
Você é Dez e peço muito a Deus por sua felicidade, glória, vitória, sorriso. Sempre.
E sinto isso o tempo todo quanto a você.
Mas, hoje eu sabia que era um dia diferente para meu filhão. Um dia em que ele, de repente, estaria tenso (como acho que está), um dia que poderia se parecer com outros, mas, que creio, para meu filhão, é um dia diferente.
Não quis não participar desse seu dia.
Não quis não te desejar felicidades mil nesse dia.
Não quis não tentar estar presente em sua vida, não procurar fazer o melhor por você, não procurar ser o melhor pra você... Eu não quis te dar qualquer impressão que não fosse, que não seja, a de que nós te amamos muito, queremos muito o seu melhor, que estamos com você sempre, que somos por você sempre.
Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o Sol nascer, ter feito o que eu queria fazer... – Titãs
Interessante essa passagem dessa música. Ela fala do que ele devia ter feito ou devia, do podia ter feito e não fez.
Interessante fazer uma analogia sobre um trecho de música e um momento de vida, e vê nessa comparação uma coincidência. A coincidência de querermos fazer o melhor, querermos o melhor para os que amamos.
Só que, ao contrário, do que essa parte dessa música possa parecer de certa falha em não ter conseguido o que queria, ao contrário disso eu não quis não estar aqui contigo para dizer-lhe o quanto torço por você, o quanto peço pelo seu sucesso, o quanto espero e peço muito a Deus por sua felicidade, filhão.
Felicidade, filhão.
É o que te desejo de coração.
É o que peço muito a Deus sempre por ti.
Fique bem.
Fique bem na certeza de que você é Dez, de que você é o melhor filho do mundo, alguém que é só alegria para todos que te cercam, alguém que tenho certeza há de ser sempre e fazer sempre o melhor pelo melhor de todos e de tudo a sua volta. Isso graças à sua própria beleza, ao seu próprio bom coração, ao seu próprio bom jeito, honesto, lindo de ser. Uma alguém que Deus há de abençoar muito no decorrer de toda a vida.
Interessante que hoje, além de abraçar-lhe, eu queria também presentear-lhe.
Saí de casa na intenção de ofertar-lhe um Terço. Queria com isso presentear-lhe algo a reforçar sua força em momentos em que, de repente, pudesse não se sentir tão forte.
Queria presentear-lhe algo a reforçar sua fé. Sei que tem fé e agradeço a Deus por isso, pois isso reforça o caráter, nos dá força quando nos sentimos fracos, nos dá um norte quando nos sentimos perdidos.
Queria que tivesse isso sempre em sua mente, falou filhão? Queria que soubesse (sei que já sabe) que Deus promete a vitória aos que a buscam Nele, aos que a buscam pautados na fé e em Seus ensinamentos.
Cristo veio ao mundo prometendo um novo mundo.
E este novo mundo é um mundo de perdão e de esperança.

Cristo disse se pedíssemos ao Pai em nome dele, se pedíssemos de coração, com fé, fazendo por onde conseguir, nós conseguiríamos.     


No sábado, pouco antes da primeira prova, ele me enviou uma mensagem que refletia bem a imagem do candidato mais calmo e mais confiante que eu tentei mostrar a ele que ele era, do candidato mais calmo e mais preparado para o que der e vier, mais preparado pra tudo com Deus. Nela, ele estar calmo, dizia ter feito o melhor que conseguira, estudado o mais que conseguira, e que agora iria tentar fazer o melhor que pudesse.
No domingo, para a felicidade dele e de todos nós, ajudei a promover um jantar em comemoração pela vitória dele (não ainda da prova pois, não tínhamos o resultado), mas, pela vitória da luta dele, de seu esforço, boa vontade, fé, vontade de vencer. Terminou com humildade e esforço a empreitada para a qual tanto havia se preparado. Uma empreitada difícil e que todos nós procuramos homenagear, e que ele gostou muito daquele momento que promovemos. Foi lindo.
Assim como foi lindo também quando eu o encontrei para o jantar. Ali, em pé na rua, conversamos onde ele espelhando humildade disse um pouco de sua experiência e veio em minha direção com o terço na mão, me perguntando se eu o queria de volta. Eu ri, achei lindo ele ter acreditado em mim, no que acredito.
Achei lindo.
Tive naquele momento a felicidade de acreditar ser para meu filho, naquele momento, naqueles instantes tensos todos, tive a felicidade de ter sido para meu filho um bom exemplo, um exemplo que ele seguiu. Senti-me como que conseguido ser o que tentei ser. Senti-me feliz por ter feito minha parte.
Foi muito lindo. 
ele veio na minha direção, com o terço na mão, a perguntar-me se eu o queria de volta. Eu ri e disse não.
Disse que aquele era dele para que ele fosse sempre o melhor e mais forte que ele pudesse ser, em qualquer momento. Sempre. 
E disse-lhe isso abraçando-o, cumprimentando-o, e mostrando-lhe o meu próprio terço que sempre carrego comigo, espelho de minha fé na intenção domais forre que eu puder ser, sempre e em qualquer momento. Foi um momento lindo.
São momentos lindos. 
Filhos lindos que tenho, uma vida maravilhosa.
Pessoas, momentos, vida... Tudo único, nada comum.
Nada comum em nada de nossas vidas.
E tudo a ser observado, aprendido, agradecido a Deus. 
Tudo muito lindo.
A beleza está nos olhos de quem vê - dito popular.
E ela está em toda parte, em momentos. Que façamos nossa parte para do máximo enxergarmos o máximo, vivermos o máximo. Tudo muito legal. 
Obrigado, Senhor. Obrigado por tudo.

Já, a você, o desejo que você seja, veja, tenha o melhor que puder ser, ver, ter. Sempre. 

Com carinho.
Jeff