161 - Bem-vinda, Tetê!

 Bem- vinda, Tetê!

No meu tempo de criança, tempo que faz tanto tempo que quase nem lembro mais – rsrs, havia um cantor muito famoso com uma linda, muito famosa canção, que dizia: Eu nasci há dez mil anos atrás...  – Raul Seixas. 

Interessante como arte repercute na vida e, esta música, este artista, marcou, pra mim. Dentre as expressões que incorporei à minha, uma das que mais falo é “Há um milhão de anos atrás”

Trata-se de “invencionice” minha, se há alguém que mais a fala, eu nunca vi, mas, eu falo bastante. Falo quando quero referir-me a algo que há muito tempo ocorreu/passou.

Referindo-me à minha história de vida, a fato ocorrido quando do tempo em que comecei a me dar por gente, há um milhão de anos atrás, acho que até hoje nem sei se me dou por gente e nem se conseguirei, rsrs, um dos pensamentos dos mais marcantes, pra mim, foi o enxergar, o descobrir, a noção do Bem e do Mau. Venho de uma infância comum, passada pela separação de pais, e naquela fase de nova realidade (eu, longe do pai, mãe tendo de trabalhar, etc) tive de aprender muito sozinho, nada diferente da realidade de muitos(as). Naquele momento, um dia em tenra idade, passei a perceber que determinados dias, determinados momentos, pareciam bons pra mim e, que outros, não. Não pareciam tão bons. 

Passei a ter meio que receio de bom, pois, passei a pensar, apreensivamente, que o hoje bom era sinal do amanhã não tão bom, pra não dizer mau, ou ruim. Não sabia porque, mas, passei a pensar assim, viver, pensando assim. Uma realidade que me causava apreensão, mas que, assim como tudo que vemos, de modo geral, passa, assim também, esta forma de ver, pra mim, passou.

Logo cedo, em minha vida, já mais crescidinho, aprendi a ver como mais paz esta questão de bem e mau. Dentro de mim, a partir da religiosidade, passou a se aflorar a ideia de o bem sendo mais forte, sendo a fonte da vida, da força, da paz, a ideia de um bem verdadeiro, Deus, que nos concedia, e concede, a paz. Aquilo me fortaleceu. 

Fui crescendo, vivendo, e vivo até hoje, meio que “vacinado”. O mau/mal perdeu força. Existe? Sim, a partir de nós. Mas, há um bem maior, que nos fortalece, nos ensina a paz, uma paz interior que levamos para nossos dias, vidas, a nos blindar, nos permitir vermos de forma, positivamente, diferente, o que pensamos ver, o que vemos, o que vivemos. Aquilo me fez bem.

Eu já, rapazinho, em boa parte de meus dias, sozinho, aprendi a me fazer forte diante de situações, de realidades e, o que era quase obrigatório acontecer de ruim depois de um bem, passo a perder o sentido. Não digo que minha realidade era um mar de flores, não é isso, pelo contrário: Todo o mal e o bem que hoje vemos, também lá existia, e como, e, por assim dizer, de uma forma muito mais forte e mais difícil da que hoje vejo. 

Sou adepto da crença da evolução, da melhora, acredito não só num mundo melhorando cada vez mais, como acredito em tudo melhorando cada vez mais. E isso, por mais que alguém venha me dizer que não. Não acredito que este mundo mais evoluído materialmente, moralmente, espiritualmente, seja menos bom do que era no passado. Eu mesmo prefiro minha moradia atual do que minha antiga caverna, rsrs. E isso, em tudo, por mais que tudo parece se dirigir para o caos. Não acredito no caos, rsrs. Não há caos. 

Há o que tem de ser, há o que procuramos, o que colhemos pelo que plantamos. É um pensamento que me traz paz, pra mim pelo menos, pra mim e o mundo que busco fazer, a partir de mim. Segurança. Independente do possa acontecer, estar acontecendo, eu estar vivendo. 

E só uma filosófica de vida, falou? Cada qual com sua cada qual, né? Eu, com a minha. 

E, nesta minha filosofia de vida, minha vida passando, um dia, já mais crescidinho, um dia eu quis ser pai. Assim, como hoje, naqueles dias também muitos tinham a noção da responsabilidade do que é ser pai, do que a responsabilidade de fazer parte da chegada de alguém a este mundo, da responsabilidade de ser o tutor de alguém. Mergulhado neste pensamento, dois momentos começaram a se avolumar:

- O primeiro era o amor. U amor por alguém que passaria a existir, que existiria, tornando a vida diferente, modificando visão, conceitos, modificando muito e, de repente, tudo. Para melhor:

- O segundo pensamento passou a ser, justamente, este, a ideia de melhor. Naquela ocasião, já com ideia de bem/bom, de mal/mau, de fé, de Deus, já bem consolidada em minha mente, diante de toda realidade difícil que estava a viver, que também já havia vivido, diante do pensamento de futuro, tudo tal qual hoje também, naquele momento, um pensamento, um pedido a Deus. Pedido de que meus filhos fossem, se tornassem, presentes. Presentes no meu presente, presentes para o mundo, pessoas que passassem a fazer parte da parte boa do mundo, que viessem para fazerem suas partes para a melhora do mundo.

Tive o prazer de ter um casalzinho. 

Coisinhas mais lindas, rsrs. Pai coruja, né? 

Vieram, chegaram, se tornaram e são boas pessoas, graças a Deus. 

Cada um com sua arte, cada um hoje em dia a fazer sua parte, lindamente. Muito interessante, esta coisa de vida que a gente presencia, participa, pensa ver, vive, aqui, nesta vida. 

Interessante, como modifica a vida de uma pessoa a partir da chegada de outra. Como que, imbuído da responsabilidade, da visão de ser necessário a alguém, principalmente, filhos, recém-chegados, necessitados de cuidados, de apoio, de instrução, de exemplos..., como tudo, permeado de amor, passa a ter conotação diferente, com sentido diferente. Com sentido. 

É uma coisa muito linda, esta questão da perpetuação da vida nesta nossa realidade/existência/vida. Muito linda. 

Como a chegada de filhos torna a vida, verdadeiramente, mais vida.

E, agora, a chegada da Tetê, minha primeira netinha. 

Bem-vinda, Tetê (Maitê), filhinha de minha filhinha da Fefê (Fernandinha), filhinha da minha filhinha mais linda, rsrs.

Sempre brinco assim, com minha filha:

- Você é a minha filhinha mais linda.

- Também. Sou sua única filha mulher. Rsrs.

E agora, chegando minha netinha mais linda. Rsrs. 

Interessante, como Deus escreve certo, né?

Minha filhinha, também a partir da visão dela de vida, dizia que não ia ter filhos nem tão cedo. E, agora, está lindamente grávida da Tetê. 

Outra coisa que acho linda, e que creio nunca ter confidenciado a ninguém, é que meus filhos são filhos de professores, sendo que...

O primeiro, o Fê (o Felipão), é nascido no primeiro mês de férias do ano, em Janeiro;

A segunda, a Fê (Fernandinha), é nascida na segunda féria do ano, em Julho. 

Sempre achei lindo, este fato: filhos únicos de professores, nascidos nas únicas férias. Rsrs. “Besteirol” meu, tá? Rsrs.

E, agora, minha netinha mais linda chegando em Outubro, mês da Primavera. Chegando junto, trazendo Primavera. Mês de florescimento de vida. Outro fato para eu achar muito lindo. Rsrs. 

Bem-vinda, Tetê!

Estou chegando. 

Juntos, para melhor, sempre.

Bem-vinda, ao seu novo mundo. Por mais que ele seja velho e cheio de..., e cheio de... Que lhe seja um mundo novo, cheio de alegria, cheio de realizações.

Bem-vinda, ao nosso velho mundo, agora novo. Renovado, não só com sua chegada para nós, mas, renovado com chegadas que nem a sua, a nos trazer a alegria da perpetuação, não só perpetuação/continuação da espécie, mas, a nos trazer perpetuação/continuação de esperança de dias melhores a partir do nascimento de pessoas melhores, boas, a perpetuarem/multiplicarem o bem, multiplicarem a verdadeira vida, multiplicarem Deus em nós, para o bem de todos nós.

Por mais que possam te apresentar sua nova casa, aqui, como caos, não a veja assim. Talvez ela não seja tão bela como a de onde você vem, cidade de anjos, mas, ela, aqui, fica mais bela e melhor com sua chegada, uma chegada de luz. 

Repare a foto, abaixo. 

Repare como as árvores parecem se curvarem, a apreciarem o Sol. 

Assim também somos nós, os novos seus: seus parentes, novos amigos, seus pais. Todos felizes com a sua chegada.

Sua mãe e todos que, tão lindamente, esforçadamente, fizeram convites, enfeites, festas para comemorarmos sua chegada. 

Aqui é  lugar de passagem, Tetê. Você também, só  vai passar por aqui. Talvez, não seja o melhor lugar, mas, também não é caos e, pelo contrário, pra você, assim como para outros que creem em Deus, aqui é lugar de evolução.

Que nem disse Jesus: Vigiai e Orai. 

Que você seja feliz aqui também. Alegramo-nos,  com sua chegada. Só alegria. E, a receita é simples:

Que nem disse Jesus: A casa do Pai tem várias moradas. 

Ou seja, aqui também é morada de Deus e, sendo assim, também administrada por Ele e, sendo assim, melhorando. Melhorando também, a partir da chegada de anjos, que nem você. 

Bem-vinda, Tetê!

Sem dúvidas, um ser a ser o bem, a fazer o bem, fazer bem. Só depende de você, assim como só depende de cada um, só depende de nós crermos, acontecermos nas vidas de nós mesmos, na vida de nosso mundo, da maneira correta, tendo Deus em nós. Assim, perpetuaremos vida, alegria, esperança, sempre, como agora, com a sua chegada.

Bem-vinda, Tetê. 

Deus, com você. 

Deus, conosco. 

Sempre. 

Com carinho. 

Jeff – Vovô. Rsrs