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quinta-feira, 21 de abril de 2022

133 - Brasília, Feliz Aniversário

Brasília, Feliz Aniversário 
Sempre tive vontade de escrever algo sobre a cidade em que nasci, escrever sobre esta própria cidade também, Brasília, uma cidade tão falada.
Pode até nem ser tão falada ou conhecida mundo a fora, mas, aqui, Brasil, principalmente por ser a capital, nunca consegui imaginar cidade mais falada, mais criticada, desejada, elogiada, mais mal falada, tão intensamente comentada. Seja em lugares, cidades longínquas de outros Estados, ou na própria cidade, seu nome é mencionado com muita facilidade, principalmente, relacionado a assuntos chatos que têm a ver com destinos, esperanças, vontades do povo. É interessante estar ligado com muita força a algo que espelha ser tão importante para todos(as), ver com facilidade,  pessoalmente, instituições e autoridades que são importantes pra todos(as) e que muitos(as) só vêem pela TV e, ou, agora também pela Internet, ou outros meios de comunicação, e que muitos(as) embora sempre ligados(as) a esta cidade, nunca a verão pessoalmente. 
Não que eu me gabe disso, não é isso, nunca foi isso. Até, pelo contrário: sempre me senti meio atropelado pelo destino:
1 - Nasci junto com a cidade;
2 - Cresci vendo uma cidade crescer;
3 - Cresci vendo uma cidade mal falada crescer. Mal falada, a partir do fato de ser a capital de um país enorme e cheio de problemas, onde, a origem/responsabilidade, de todos eles, estavam sempre relacionados a um mesmo lugar, a ela.
Muito, eu poderia falar a respeito da cidade, muito... bem, e muito.. o que falar de chato também. Mas, não quero ser redundante -  o que não falta é o que falar de bem e/ou mal da cidade, do país, da realidade que vemos, que vivemos, Até que não é esta, a intenção aqui. Sempre tive vontade de falar um pouco, homenagear a cidade, de uma forma diferente da qual muito se fala, da qual muito se ouve. Falar de uma forma diferente, talvez sem novidade (e nem diferente), talvez, só falar.
Como eu ia dizendo, sinto-me meio que atropelado pelo destino. Hoje, somente a partir de bem pouco tempo atrás, passamos a ouvir e a aprender o que é a palavra Terraformação (modificação de Marte para ficar igual à Terra, para habitarmos lá). 
Pois, bem. Sabe o que é nascer junto com uma cidade planejada? Sabe o que é uma cidade super planejada? Esta é Brasília. Para fazê-la, primeiro desmataram, nivelaram tudo com o mais puro e único barro vermelho.
4 - Cresci em meio ao mais puro, e único, a única coisa que eu via em toda a parte, o mais puro barro vermelho. 
5 - Brasiliense? Eu? Devo ser é Marciano, isso sim. Cresci em um mundo vermelho onde, só depois de muito tempo, depois de terraformado, ficou verde. Antes, era só vermelho: chão, ar (poeira), móveis, carros, roupas, pessoas, tudo pintado de vermelho - rsrs. Tudo.
Era uma realidade que me assustava, até porque, na época, não havia outra hoje muito famosa palavra também falada: Diversidade.
6 - Só havia duas realidades: Fora de casa, vastidão/devastidão vermelha, uma realidade onde se demorava uma eternidade para chegar em algum lugar (perto) de transporte público; E dentro de casa, um dia chegou a TV, veio depois a TV colorida, foi quando a única cor diferente que me mostravam -  Jornal Nacional a mostrar, todos os dias, as praias lotadas do Rio de Janeiro, e a vegetação de outros lugares, diferentes da baixa vegetação retorcida do cerrado, que era a que eu conhecia, e que pensava ser a única, mas, que com o tempo, descobri não ser. Descobri também que o mundo, as terras do mundo não eram só barro vermelho. Pra mim, aquilo tudo, novo, foi uma surpresa. Passei a me sentir menos marciano (ou mais, nem sei), rsrs.
Com o tempo a cidade cresceu, a quantidade de pessoas cresceu, a vida cresceu. Aprendi a gostar da cidade, a cidade ficou mais fácil de ser gostada. Tudo na cidade acontece muito rápido. Quando já adulto, em uma das viagens que fiz pelo interior do país, vi uma cidade de 200 anos de idade que não tinha asfalto. Aquilo, pra mim, foi uma surpresa. Como podia?! Onde moro, o asfalto acontece.
Brasília, hoje, é um lugar cômodo e viciante, é comum vermos pessoas de todas as partes estarem/viverem aqui e dizerem que só voltam (ou nem volltam) às suas cidades natais só a passeio.
Rsrs. Quanto a este aspecto, tive o prazer de viver um mesmo momento engraçado durante toda minha vida. E, em especial, em boa parte de minha vida, a parir de um lugar em que trabalhei.
Estamos em Abril. Pra mim, aqui, nesta cidade, o começo de Abril é a melhor época do ano, começo do Outono, época de clima perfeito, recém acabadas às águas (plantas, ainda, todas verdes), mundo ainda lindo e perfeito só verde e azul (nem sempre é assim), o ar puro, gostoso de respirar (muda também, conforme a estação do ano). Estava eu, um dia desses, começo deste Abril, estava eu no centro da capital, em um lugar que frequentei, diariamente, por anos, mas, que já fazia anos que eu não mais ia. Foi quando, ao sair do prédio em que me encontrava, de repente, agora, começo deste Abril, ao sair daquele ambiente paredes, me deparei com um ambiente vastidão e, de repente, respirei. Um momento bonito, de pertencimento. Foi quando lembrei estar perto de um lugar em que por muito tempo trabalhei, matriz de, talvez, o mais importante banco do país (pra mim é, e tenho muito orgulho e alegria de ter trabalhado lá, só por quase 30 anos).
De repente, olhei pra ela, e lá estava ela, a Matriz (como a chamamos).


Foi um momento mágico. Aquele, já era um momento mágico, não por aquele prédio em si, mas, como eu disse, eu estava a me sentir bem pelo momento, pelo ar, pelo dia, pela luz, pelo movimento (não de carros, era feriado), mas, pela vida em si, pela vida naquela cidade, a minha vida na cidade em que nasci, cresci, vivi e estou vivendo, onde, muito provavelmente, morrer irei.
E, naquele momento mágico pra mim, de repente, ficou mais mágico ainda, deparei-me a olhar o lugar onde (assim como diversos outros lugares e momentos de minha vida), naquele prédio também, naquele emprego/trabalho também, eu havia feito minha parte por um mundo melhor. Foi um momento lindo. Viajei em meus pensamentos.
E, naquela viagem, fui muito além. Lembrei que em Brasília tudo é setoriazado e eu..., estava no Setor Bancário Sul olhando para o Setor de Autarquias Sul onde fica a Matriz da Caixa Econômica Federal (muita felicidade de ter trabalhado lá, não na matriz em si, mas, na empresa, muito bonita a empresa e os(as) colegas todos(as) que a compõe, muito orgulho de ter feito parte de tão lindo/honrado/comprometido time, comprometido com tão lindo povo. Um lindo trabalho desempenhado naquela empresa).
Naquela realidade mágica lembrei que a Matriz fica ao lado da Sede do Banco Central.

Foi uma imersão em uma imensa viagem mental onde, naquela hora, eu pensei em mim, pensei na cidade, pensei na alegria daquele momento, pensei em nós todos, como nossos destinos (os destinos de nós brasileiros, principalmente) estava (e está) ligados àqueles dois prédios, aquelas duas instituições, como que elas nos são importantes, como que aquela cidade era (e é) importante pra nós todos. Achei muito bonito. 
Bonito e engraçado, rsrs.
Engraçado! Por que? Como assim, engraçado?
Rsrs
Como eu disse, este é um texto homenagem a uma cidade, por um nascido naquela cidade.
Rsrs. Vou tentar explicar, o engraçado.
Creio acontecer em todas as matrizes de grandes instituições. No caso desta história, no caso da matriz onde trabalhei, um fato que sempre vivi foi de conviver com colegas vindos(as) de todos os lugares do país, aliás, essa também é uma das características da cidade:
7 - Cresci em meio à pessoas de vários lugares e culturas diferentes, vindas em busca de realizações, da vitória.
E, neste ambiente (também matriz de ser) era comum perguntarmos de onde éramos, de onde viemos. As respostas eram diversas, e representavam (e representam) todo o país (e até além dele).
Ocorre que eu sou nascido aqui e, por ironia do destino, fui um dos únicos que nasceu no Hospital de Base, que fica muito próximo dali, da matriz daquela empresa, prédio em que por muito tempo trabalhei. E, onde muitas vezes me perguntavam de onde eu vinha, onde eu tinha nascido. Eu eu respondia:
- Sou Basiano.
- Basiano?!!!
- Sim.
E, de lá, eu apontava e falava:
- Sou dali. Nasci no Hospital de Base.
E, geralmente, ríamos. Rsrs 







Acho até muito interessante, esta coisa de passar a vida toda no lugar onde nasci, ter nascido junto com a cidade, ter visto a vida acontecer na cidade, interessante e estranho. Chega a ser estranho acompanhar destinos (desde o nascimento até "partimentos").

E, nesta questão de pertencimento/acompanhamento tenho visto/acompanhado muitas coisas, muitos fatos, muitas pessoas, muitas mudanças, e apresentado a cidade à pessoas amigas/parentes/visitantes quando em viagem/passeio pela cidade. 
Lembro, agora, que um dia estava a mostrar a cidade para um amigo vindo do Rio de Janeiro. Coloquei-me a falar sobre o fato de tudo na cidade ser setorizado: Setor de Autarquias Sul, Setor Comercisl Sul, Setor Hoteleiro Norte, Hospitalar, Policial, Bancário, de Diversões,etc.
Ocorre que, naquela ocasião da visita daquele amigo, naquele nosso passeio, a cidade estava entrando na era da despoluição, maior preocupação ambiental, e estava inaugurando estações de tratamento de esgoto. Era tecnologia nova e ainda muito falha, e gerava muito odor. Foi quando passamos perto de uma, o odor forte, e ele disse:
- E aqui, é o Setor de Fedor Sul? 
Rimos muito. Nunca esqueci. Rsrs
Na verdade, ele falou outro nome, mas, acho que conseguimos entender aqui, agora, desse jeito, né? Rsrs
Bom, o que não faltam são assuntos e lendas pra falarmos da cidade. Lendas? Sim. Temos lendas, apesar de a cidade ser nova - estar fazendo 62 anos hoje, assim mesmo temos lendas.
Rsrs
Ok. Falemos algumas:
Em Brasília não existe as palavras Bairros ou Quarteirões. Lá no começo, quando ainda estavam projetando a cidade, por volta dos anos 1950 e poucos, ficou dito pra fazerem o desenho do Plano Piloto da cidade. O nome pegou.
Um dia, 21 de Abril de 1960, inauguraram a cidade: Brasília. 
Que também ficou, e continua sendo, conhecida por Plano Piloto, ou, simplesmente, Plano. Ou seja, quando vemos alguém falando Plano Piloto ou, simplesmente, Plano, esta pessoa está se referindo à Brasília. Detalhe, a pessoa sabe que está se referindo à Brasília, mas, se perguntarmos o motivo do nome Plano Piloto, provavelmente, a maioria não saberá dizer.
Brasília é uma cidade grande, mas, não tão grande. Caminhando, consegue-se cruzá-la de ponta a ponta em pouco tempo, 13,5 km.
É uma cidade composta por quadras, chamadas Super Quadras e, de uma forma curiosa, costuma-se falar que não tem Esquinas. E, não tem mesmo.
O endereçamento das quadras é numérico, e não nomes como vemos em outras cidades. Exemplo: Super Quadra Sul 116 ou, simplesmente, SQS 116. SQS 304; 105; SQN 906, etc. Ou, popularmente, falando: 102 Norte, por exemplo. 
Assim, alguém que diz morar na 102 Norte, mora na SQN 102. 
E, é interessante porque, de modo geral, todo mundo sabe onde fica determinada quadra.
Outra característica da cidade é o fato de parecer um autódromo - Rsrs. Pistas retas e longas, que, geralmente, nos levam com facilidade onde quisermos ir.
Brasília é isso. A partir disso e, talvez por causa dessa coisa de Plano Piloto, a cidade não tem bairros, tem cidades mais afastadas, que vão se afastando da cidade e que vão tendo nomes diferentes. Estas cidades, que estão dentro do DF, vizinhas de Brasília, são chamadas Cidades Satélites.
São várias: Núcleo Bandeirante; Guará; Taguatinga; Ceilândia.... Muitas. De nomes diferentes e criadas em momentos diferentes.
Uma das lendas diz respeito ao nome de uma delas. O nome da cidade é Sobradinho. E..., fala-se que este nome ocorreu por causa de uma casa de João-de-barro, uma casinha de dois andares, um Sobradinho. Rsrs (Se é verdade, não sei. Lenda, né? Rsrs).
Outra curiosidade (Lenda). 
Brasília não tem mar, e nem rio. Hoje tem um enorme lago artificial (artificial, porque foi criado no começo de Brasília, para melhoria de qualidade de vida da população. O clima da cidade é clima de deserto, e o ar, geralmente, é de pouca umidade).


Naquela ocasião, no local do lago, antes da criação do lago, havia uma cidade provisória que abrigava muitos dos que vieram construir Brasília, a cidade se chamava Vila Amauri:

Interessante, como se pode esquecer a história. Hoje, se perguntarmos, poucos sabem dizer a respeito. 
Um dia criaram o lago, e o que era cidade virou história, a Atlântida de Brasília, uma Vila Amauri que está hoje, no fundo do Lago Paranoá:



Meus pais, meus avós, trabalharam lá. Meu avô, poeta, nem conseguia contar o dinheiro que lá ganhava, juntava tudo na mala, ia pra casa, descansava, voltava.
Quem viveu aquele tempo diz ter sido muito bons tempos. Muita, muita coisa ainda poderíamos falar nesta história. Se quiser saber, outra hora falo, falou?
Finalizando esta outra lenda, rsrs. De onde vem o nome do lago, Paranoá? Rsrs 
Pois, bem.
Na Vila Amaury havia muito comércio, e comércio muito forte. E um destes comércios era um restaurante, e neste restaurante havia um garçom de nome Noá. Diziam que o Noá ficava agarrando a colega de trabalho e as pessoas ficavam só ouvindo, através das paredes, a funcionária falando:
- Para Noá, para Noá!!!! Rsrs
Daí, o nome do lago: Lago Paranoá. Rsrs
É só mais uma lenda
Uma nova lenda de uma cidade nova.
Muito, ainda, eu poderia falar. Mas, vou parar, tá?
- Para Jeff, Para Jeff... Rsrs
É só uma homenagem a nós todos(as) brasileiros(as) que temos tão linda Capital.
É só uma homenagem à cidade que está a aniversariar, hoje. 
Ah! Aliás. Diz que no dia de hoje, 21 de Abril, é o único dia do ano em que o Sol nasce entre os dois prédios do Congresso Nacional. Interessante, né? Justamente, do prédio que é símbolo da cidade e do país.
Outra coisa linda na cidade é o Céu. E, hoje está lindo, limpo, luz, exuberante como sempre.
E, é isso, apenas uma homenagem à cidade por seu aniversário. E, uma homenagem a nós, por nossas conquistas, pela realização de nossos sonhos, por nossas vidas e as vidas que por aqui ficam a partir de nós. 
Uma homenagem também aos que foram a Inconfidência Mineira, que lutaram por nossa liberdade e que, também graças a movimentos que nem este é que, também, estamos (em Brasília ou em outra parte do Brasil) a experenciarmos a realidade que estamos vivendo, de luta, mas, de paz e de vitórias, de sorrisos, de vida. 
E é o que desejo a nós: Verdadeira Vida.
Deus conosco, sempre.

Com carinho.
Jeff

Amanhecer de hoje:


























Algumas fotos do cotidiano da cidade, sua amplitude, e a beleza que fica nesta época. Um dos símbolos da cidade é o Ipê, e, nesta época ocorre o Ipê Rosa/Lilás. O Ar, o Céu, a Vegetação, tudo muito lindo.
Parabéns, Brasília!
Parabéns, a todos(as), todos(as) nós, nós todos(as).





















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