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sábado, 16 de junho de 2012

47 - Mundo Antigo - Momentos Engraçados - (5 momentos)

Se não leu o prefácio da postagem 46, sugiro que o faça. Saberá do que se trata os títulos iguais (Mundo Antigo).
Jeff


Ponto de ônibus – I (1999)


Certa vez estava no ponto a esperar o ônibus para o trabalho, centro da cidade em frente a igreja, atrasado, ofegante, dia claro, quente, meio-dia. Ônibus nada. 
Ao lado do ponto um monte de camelôs espremidos entre um muro e um jardim. Uma multidão!
Parecia doida. 
Gente de um lado pro outro numa correria sem fim. 
Foi quando, dentre os comuns, distingui uma figura diferente (um baita de um marmanjo, negro, a me encarar e correr em minha direção). Cara! Gelei. 
Olhei prum lado, pro outro, pra trás..., não tinha jeito. Era comigo. 
O cara brilhava. 
Músculos?! Parecia uma montanha de cabeça pra baixo.
Tentei correr. Quem disse que consegui? Além do espaço, me faltaram as pernas, as forças..., qualquer coisas para um minuto de reação. (rsrs) 
Covarde, eu?!
Pode até ser. 
Imagine você como alvo do vilão do filme Ciborg, do Van Dame, naquela cena em que ele, o vilão, caminha tranqüilo certo do êxito de sua missão (massacrá-lo). 
Pois este era o meu caso.
Detalhe: o filme só foi lançado muito tempo depois. Já pensou o Van Dame inspirado em mim? (rsrs) Nem por telepatia. 
Bom. Voltemos. 
Já esta eu preparado para o pior quando o destino, enfim, compadecido promoveu o milagre em socorro do seu filho aflito (eu, né? rsrs)
Como por encanto a multidão que havia entre eu e a jamanta (rsrs) se dissipou, e eu pude ver o momento exato em que o famigerado desceu da mureta para conversar com o colega.
Isso mesmo. 
O bendito podia correr porque estava em cima da mureta do jardim. 
Aquele piloto de carrinho de autorama. 
O mixaria não batia nem no meu ombro.
Ô raiva (de ter passado por aquela situação. Claro! (rsrs) – Alívio por ainda estar vivo. (rsrs)). Quase fui lá dar um cascudo nele. 
Sorte dele que o ônibus passou.
Até parece, né?! (rsrs)
Acho que estou vendo filme de mais. 
Ainda acho que acho?! (rsrs)
Acho, isso sim, é que, pela primeira vez, tenho uma certeza na vida. (rsrs)



Criaturinha - 4 aninhos (2001)

Anuncia-se A Padroeira (novela) na televisão e ela vem de longe falando: - Peidoeira, peidoeira. Pai, vai passar A Peidoeira.
Quase morro de rir. 


Criaturinha - II

Desmontando o guarda-roupas, ficaram uma varinhas no chão, e ela me perguntou:
- Pai, o que é isto?
Peguei uma, dei uma a ela, e disse:
- É uma espada, pra te espetar. - brincamos um pouco.
Nisso passa a M... (amiguinha dela - muito maior que ela), e ela diz:
- M... vem cá que eu vou te dar uma espeitada. rsrs
Lindo demais. 


Pensamento Idiota (1999)


Por que será que existe tantos livros psicografados?
Será que é por que lá se tem mais tempo para escrever?
Brincadeira.
Eu disse que era idiota. rsrs



Eu falando de minha infância, aqui já com 34 anos. Nem sei por que quis relatar essa história, mas...
Momentos de Infância (1999)

Certa vez estava em casa sozinho. 
Sempre ficava só em casa (talvez por causa da doença). 
Minha mãe trabalhava, meu irmão brincava na rua e eu assistia televisão ou via o movimento  pela janela. Mas essa não é uma história triste. Pra mim (essa realidade) era normal.
Nós morávamos num barraco de madeira de dois andares (muito comum no começo de Brasília), mas, já velho e fora de moda, já para a época.
A cidade crescera depressa. Muitas casas de alvenaria, uma delas em frente a nossa.
Casas bonitas, limpas, meio frias se comparadas ao nosso barraco. Casas germinadas (estreitas e grudadas umas nas outras). 
Nossos vizinhos, aqueles da frente, eram os mais animados da quadra. 
Os homens saiam de madrugada, trabalhavam o dia todo, jogavam e tomavam todas, todos os dias quando voltavam até a noite. 
As mulheres fofocavam e limpavam a casa o dia todo. Sabia tudo de todos, e falavam para todos. Mas a casa sempre impecável. 
Nesse dia fui à cozinha beber água quando, passando em frente ao fogão, ouvi um barulho que vinha de dentro do forno. 
Havia lá dentro uma panela cheia de arroz que minha mãe deixara cozido para nós, intocado como sempre. Eu e meu irmão (nessa época só éramos em dois), nós não ligávamos muito para comida, não (dois moleques?! comida fria?! sem gosto?! rsrs).
Minha mãe ficava p... da vida. Por vezes comida jogada fora.  
Nesse dia a panela estava mal fechada e, através da fresta da tampa, dois visitantes faziam a festa. Comiam e pulavam sem se importar com nada.
Dos ratinhos não muito pequenos. Tanto que, em seu frenesi, quase conseguiam tirar a tampa. O que fazer?
Pensei.
Cuidadosamente abri o forno, fechei a panela e segurei-a com firmeza para que não escapassem. 
Num repente fui para fora imaginando se jogava tudo no lixo. Como matar os bichos? Estavam muito doidos a tentar abrir a panela que tremia e quase se amassava toda de tanta pancada de dentro pra fora (rsrs). 
Ou deixava tudo no quintal? Sei lá, (que sinuca - rsrs). E o medo?
Fiquei lá, um tempão, petrificado sem saber o que fazer. 
Decidi por soltá-los. 
Imaginei que sairiam caminhando para longe pela rua e não mais os veria, e tudo terminaria bem. 
Kkkkk... 
Sairiam caminhando pela rua?!
e tudo terminaria bem?!
É ruim, heim?! (rsrs)
Cara. Que loucura!
Sempre fui assim meio radical (oito ou oitenta)
Como é que um cara sai de um tédio medonho e apronta um rebuliço danado num piscar de olhos?
Vou explicar.
Soltei-os. 
Mas não querendo que eles viessem pra cima de mim e nem que entrassem, novamente, em casa..., levantei apenas um pouco a tampa da panela mirando a rua. 
Os dois saíram desabalados, quicando como bola de ping-pong.
Pareciam os passos de um gigante: quando um estava no chão, o outro estava no ar, completamente, literalmente, doidos. PQP!
Não me tocaram. 
Não voltaram para minha casa. 
Nem sumiram pela rua.
Advinha!
Entraram na casa da frente (aquela mesma), cheia de mulher e criança pequena, e que estava, como sempre, com todas as portas abertas. Foi demais!
Rato entrando, mulheres e crianças gritando e correndo para fora desesperadas. Umas com crianças, outras não..., uma zorra. E eu?
Eu com cara de tacho, uai. Panela na mão, claro. rsrs 
Vergonha lá no céu, sem saber o que fazer, nem onde me esconder. 
E o medo de acharem que eu tinha algo a ver com aquilo. Eu?? Logo eu?? rsrs
Voltei pro meu posto de sempre - a janela. 
E fiquei assistindo o tempo passar enquanto elas esperavam os maridos chegarem para poderem entrar em casa novamente. 
Fiquei nervoso. 
Mas depois ri pra caramba.
E minha mãe ainda ficou feliz quando chegou em casa e viu a panela vazia, e limpa. Pensou que a gente tinha comido o arroz. 
é ruim, heim?! rsrs













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