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Uma pessoa tranquila. Que gosta de passear, de música, do dia, da noite, do pôr do Sol. Que vê a vida como uma jornada que vale a pena, e que procura fazer sua parte por um mundo cada vez melhor.

sábado, 5 de maio de 2012

10 - O Outro Lado - Um pouco do que penso de mim


Existe um trecho de música que diz assim:
"Mais de uma vez flagrei seus olhos na intenção dos olhos de outro alguém...".
Interessante como sempre me senti mal, e ferido, e esquadrinhado, reconhecido, transparente, ao ouvir essa passagem.
Sempre senti-me mal ao ouví-la, pois, quando antenei-me com mais intensidade às artes, às músicas, ao sentimento, eu já me encontrava casado, já era adulto, e dentro do meu mundo, de minha relação com o mundo e com o meu casamento, com meu eu, eu me via, mesmo mentalmente, meio que traindo meus valores ao perceber minha fraqueza.
Embora eu não fosse do tipo trair (não gosto, nunca traí, não é minha praia), ainda assim, eu me sentia meio que sacana, meio que traidor, meio falho ao perceber minha falha. Uma falha que sempre me vinha à mente com mais intensidade quando eu escutava essa música. Um momento em que me via, mentalmente, reconhecido, parecendo reconhecido, parecendo me ver numa passagem de música. Como se falassem de mim.
Claro que não só de mim.
Que nem diz o ditado: De médico e de louco cada um tem um pouco. rsrs
Assim sei que essa passagem de música não fala só de mim, mas, de todos nós (ou pelo menos da maioria de nós). Interessante como cada um de nós (ou, pelo menos, muitos de nós) tem um pouco de tudo (médico, louco, santo, pecador...), como que olhamos para o lado, para o outro, para a outra (mesmo dentro de uma relação, aparentemente, sólida de amor).
Não acredito que eu esteja errado em meu pensamento de que a maioria olha na intenção de outros olhos. Será que estou errado? rsrs. Eu bem que gostaria que sim, mas, não acredito que esteja.
Acredito, pois, que se eu estivesse errado, o mundo seria melhor.
Acredito, pois, que se não olhássemos na intenção de outros olhos não haveria tanta traição, insatisfação, tristeza, desmantelo de relacionamentos, casamentos, de tantos entos.
Acho que se tivéssemos mais controle de nossos sentimentos, vontades, quereres, ficaríamos mais satisfeitos dentro de nossos mundos, envolvimentos...
Bom.
Ocorre que, hoje em dia, vivo um novo momento de minha historia (novamente só).
Descobri, no decorrer de minha vida, que nada é, inteiramente, mau. Que tudo tem dois lados, que a realidade apresenta possibilidades, que a vida é pra ser vivida, e rida de preferência, que hoje em dia eu não tenho mais raiva de mim quando ouço essa canção, pois, a intenção dos meus olhos está livre para que eles vejam e procurem o que quiserem, pois, estou só.
Um só que não é um só ruim.
Um só que tem lado bom, lado de poder ser, de poder fazer. Um lado de liberdade.
Isso é bom.
Não é perfeito, mas, é bom.
É bom ser livre, ter liberdade de pensamento. Pensar sem medo de errar, sem achar que está pecando, sem achar que está errando por estar na intenção de outros olhos. É bom.
Mas, ao mesmo tempo, flagro-me agora em uma nova situação: Mais de uma vez flagro meus olhos na intenção de você, de suas letras, de seu sorriso, de seus olhos.
Caramba! Quantas vezes que por aqui passo na intenção de te encontrar?!!!
Quantas viagens já fiz, mentalmente, à sua casa, cidade, onde você estiver, na intenção de te ver? Quantas vezes me pego pensando em você? Que coisa?!
É como eu disse: Interessante.
Interessante como agora, se eu novamente escutasse a música, flagraria-me na intenção de um erro.
Mas, dessa vez, no sentido contrário, de um modo diferente, do livre para o não poder, do certo para o errado. Ou seria do errado para o certo?
Flagaria-me na intenção do olhar de mim pra você.
Errado isso?
Errado pensar em você? Querer você? Sonhar com você? Ter, desejar, sentir...
Desculpe.
De maneira alguma querer te atormentar, deixar triste, nada de ruim.
Desculpe.
Simplesmente um falar, me expor, expor meu momento, minha vontade, a intenção dos meus olhos: Você.
Desculpe se erro por me dirigir a você, tá?
Desculpe se, aqui agora, falo o que não deveria, faço o que não deveria, bato à sua porta.
Foi mau. Me desculpe.
Momento adulto.
Momento adulto apaixonado.
É como eu disse: "Acho que se tivéssemos mais controle de nossos sentimentos, vontades, quereres, ficaríamos mais satisfeitos dentro de nossos mundos, envolvimentos...".
Particularmente estou eu aqui em outra realidade diferente de outrora (insatisfeito? pode até ser). Pode até ser à medida que sonho sonhos irrealizáveis.
Deve ser esse o problema das pessoas então, né?
O problema da insatisfação deve estar ligado ao sonho irrealizável tal qual o olhar para fora do casamento.
Tal qual o meu olhar para quem não pode ser, né?
Pra você.
Bjs, Flor. 
Jeff

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